
O Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp divulgou que a causa da destruição ocorrida em Campinas após um temporal na madrugada deste domingo (05 de junho) foi um fenômeno climático conhecido como microexplosão.
O prefeito de Campinas Jonas Donizette havia dito à princípio que se tratava de um tornado (como o fenômeno se deslocou de forma circular, em um primeiro momento, se pensou que se tratava de um tornado) e técnicos especialistas do Cepagri chegaram à conclusão que ocorreu uma microexplosão após percorrerem as áreas mais afetadas pelo temporal, comparar registros fotográficos e mapear o corredor de ventos que ultrapassaram os 100 km/h.
Muitos raios, trovões e ventos muito fortes assustaram os moradores, destelharam casas e causaram muitos estragos pela cidade durante a madrugada. Segundo o diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, foram registrados ventos de 88 km/h na estação meteorológica de Barão Geraldo e 74 mm de chuva em apenas 45 minutos, inclusive granizo. Durante a tarde uma nova estimativa foi ainda maior e os ventos passaram dos 100 km/ hora segundo a Defesa Civil. Não há informações sobre feridos devido à tempestade e a Defesa Civil contabilizou queda de mais de 165 árvores.

Chuva intensa
Foi registrado um volume de 140 milímetros de chuvas nos últimos 3 dias e apenas entre sábado e domingo (5 e 6 de junho) foi registrado um volume de 74 milímetros. A previsão para o mês de junho era de 35 milímetros. Os ventos derrubaram duas torres de energia e uma linha de alta tensão na cidade.
Qual a diferença entre tornado e microexplosão?
Os dois fenômenos climáticos (microexplosão e tornado) são muito parecidos, possuem correntes de ar extremamente fortes, mas têm diferenças. O tornado é uma forte corrente de ar que desce das nuvens em espiral. Já na microexplosão, a corrente de ar despenca em linha reta, como um “corredor de vento”, sobre uma determinada área.
No caso da tempestade de Campinas, explica o Cepagri, foram várias microexplosões. O fenômeno climático microexplosão, que atingiu Campinas na madrugada de sábado para domingo (5 de junho),é uma nuvem carregada de ar, água, granizo e acompanhada de ventos intensos que atingem até 120 km/h. E este fenômeno atingiu a superfície. A explicação é da meteorologista Ana Ávila, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp.
“Esses ventos intensos quebram árvores e derrubam o que estiver ali no entorno no raio de atuação”, afirma Ana Ávila. Ainda segundo os meteorologistas, no caso de Campinas a microexplosão teve raio de ação em três pontos da cidade. Ele teria se formado primeiro em cima da região do Galleria Shopping, nas proximidades da Rodovia Dom Pedro I (SP-065).
Depois, se deslocado para a região do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) perto do bairro Taquaral. Foi nesta área que ocorreram os estragos na Bambini, distribuidora de pães e no Colégio São José. Em um terceiro momento, a microexplosão atingiu o Bairro São Quirino. Desta forma, estas três áreas foram as que mais sofreram ação do fenômeno.

Era possível prever esse fenômeno?
A meteorologista Ana Ávila, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp explica que esse tipo de fenômeno com tamanha intensidade só e possível prever com antecedência de 20 a 30 minutos pois é um fenômeno é muito rápido.