
Por Ana Clara Guerra
O Sistema Cantareira, que atualmente abastece 7,4 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo, completa um ano nesta sexta-feira (30) desde que saiu do volume morto, após 594 dias.
O episódio, que ficou conhecido como a crise hídrica, trouxe muita repercussão para os paulistanos que enfrentaram racionamento em vários bairros e cidades e que criaram vários métodos de economia de água.
De acordo com os dados divulgados pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) nesta quinta-feira (29), o manancial está estável pelo terceiro dia consecutivo e opera com 75,4% incluindo o volume morto, sem ele o valor está em 46,2%.
Apesar dos índices serem positivos se comparado ao último ano com apenas 29,3%, o reservatório deve fechar o mês com chuva abaixo do que é esperado para dezembro, já que recebeu 157,9mm até o momento, sendo que a média climatológica é de 220,5mm.
Além do Cantareira, o Alto Tietê também se mantém estável nesta quinta-feira com 43,4% de sua capacidade. Já o Guarapiranga e Rio Claro tiveram uma alta e operam com 73,1% e 83,9%, respectivamente, enquanto houve uma queda no Alto Cotia para 96,9% e no Rio Grande para 88,7%.
Segundo a Somar Meteorologia, a chuva não foi volumosa nos últimos dias do ano por conta de um bloqueio atmosférico no Sul, que impediu o avanço de frentes frias. “Com isso, as chuvas têm sido mal distribuídas, já que acaba recebendo apenas a umidade da Amazônia e de áreas de instabilidade”, explica a meteorologista Graziella Gonçalves.
Como será o início do ano?
A tendência para o início de 2017 é de chuva a partir da primeira semana do ano sobre os principais mananciais que abastecem a Grande São Paulo, já que uma frente fria vai conseguir romper o bloqueio atmosférico e organizar as pancadas de chuva, que podem ser com forte intensidade sobre algumas áreas por conta das altas temperaturas que antecedem a chegada das precipitações.