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Primavera mais seca e quente no Brasil


Bloqueios atmosféricos trazem impactos para a agricultura e a reposição dos reservatórios

Nenhuma estação é igual a outra e, inclusive, a mesma estação pode ser muito diferente dependendo do ano. Os fenômenos de grande escala como El Niños e La Niñas definem cenários distintos para a agricultura e para o setor de energia.


A primavera deste ano está mais quente e seca em relação ao ano passado. A atuação de bloqueios atmosféricos tem segurado mais as frentes frias no Rio Grande do Sul que não estão conseguindo levar chuva mais homogênea para os produtores do Paraná, por exemplo, que continuam com o plantio atrasado. Até existe uma frente fria atuando no Rio Grande do Sul do Brasil neste início de semana, mas o sistema não vai conseguir distribuir esta chuva principalmente para as áreas mais ao norte do Paraná. Londrina tem apenas 5 milímetros de chuva registrados em outubro, sendo que a média é de 139 milímetros e já estamos caminhando para a segunda metade do mês. No ano passado, de 01 a 14 de outubro, já tinha chovido 124 milímetros nesta cidade.


Outubro também começou com ameaças para o setor de energia com os reservatórios em queda e os preços do mercado livre em alta. A causa vem muito antes da primavera mais seca e está relacionada a um inverno mais seco também. No Sul, choveu menos da metade do que deveria chover na última estação. Existe uma projeção de que os níveis dos reservatórios entre o Sudeste e Centro-Oeste devem chegar a apenas 23% de suas capacidades ao final de outubro. “A boa notícia é que para nós consumidores, mesmo em tempos de crise, saímos da bandeira tarifária vermelha e passamos para a bandeira amarela em outubro. Na nossa conta de luz isto representa um custo de R$1,50 por cada 100 quilowatts por hora consumidos. Em agosto e setembro este custo era de 4 reais“, diz Juliana Resende, meteorologista da Somar.


O problema é que a previsão para a segunda quinzena de outubro e novembro não mostram chuvas abundantes. Esta situação associada ao calor deve aumentar o consumo de energia nos próximos meses. “Novembro também terá chuvas mal distribuídas em todo o centro-sul do Brasil, a regularização dos sistemas meteorológicos vai ser tardia”, completa Juliana. Enquanto a chuva não chega, o ideal é economizar energia e esperar para jogar as sementes no solo para a produção desta safra 2019/2020. Afinal, em um ano de alta do dólar a última coisa que o produtor rural quer também é correr o risco de replantio, já que as lavouras estão com um alto custo de produção.



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