Apesar do veto da polícia britânica, mobilizações contra a crise climática chegam à sua segunda semana.

Os ecologistas do movimento de desobediência civil Extinction Rebellion (XR) iniciaram nesta terça-feira (15) uma série de grandes protestos em Londres, apesar da proibição de manifestações decretada pela polícia britânica, em sua segunda semana de mobilização mundial contra a crise climática.
Para denunciar a ausência de um "plano que apoie a descarbonização da economia britânica", a cofundadora do movimento Gail Bradbrook bateu com um martelo nas janelas do ministério britânico dos Transporte, diante de outros ativistas.
XR prevê ainda bloquear durante o dia a rua que termina na sede do serviços de inteligência MI5 e organizar um "grande banquete".
Após uma primeira grande mobilização em abril, o movimento ecologista, criado no Reino Unidos no fim de 2018, iniciou em 7 de outubro uma série de ações em todo o mundo, com epicentro em Londres, onde foram registradas 1.445 detenções.
As ações desta terça-feira acontecem apesar da polícia londrina ter decretado, na segunda-feira à noite (14), a proibição de manifestações na cidade.
'Graves perturbações'
"Qualquer pessoa que não respeitar a nova restrição pode ser detida e processada", afirma um comunicado, que justificando a medida pelas "graves perturbações" provocadas pelo protesto na capital britânica.
Na segunda-feira à noite, a polícia desalojou os manifestantes reunidos em Trafalgar Square.
Entre as pessoas detidas estava a eurodeputada ecologista Ellie Chowns. "Exerço meu direito de manifestação e fui detida ao lado de corajosos ativistas pelo clima", escreveu no Twitter.
"As regras mudaram. É intolerável, não apresentaram nenhuma justificativa, as manifestações eram pacíficas e esta é uma emergência climática", afirmou em um vídeo que acompanha a mensagem.
O XR indicou aos manifestantes nas redes sociais outros locais onde poderiam passar a noite, mas destacou que "a rebelião internacional continua".
O movimento prega a desobediência civil para obrigar os governos a agir ante a crise climática. Desde a semana passada, seus ativistas sobem em aviões, colam os corpos a edifícios e bloqueiam pontes da cidade.