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Até os 'indestrutíveis' tardígrados estão ameaçados pelo aquecimento global


Segundo pesquisadores, esses animais super-resistentes não sobrevivem à exposição de altas temperaturas durante muito tempo

Até a sobrevivência dos tardígrados, também conhecidos como ursos d'água, está ameaçada pelas mudanças climáticas. Segundo um estudo publicado no Scientific Reports, o aquecimento global poderá afetar a saúde e o bem-estar desses animais, que são considerados "indestrutíveis".


Para quem não sabe, os tardígrados são extremamente resistentes. Em 2016, por exemplo, cientistas conseguiram "ressuscitar" indivíduos da espécie que haviam permanecido congelados por 30 anos. No mesmo ano, um estudo constatou que esses ursos d'água resistiriam até mesmo a um acidente nuclear. Meses depois, em 2017, os cientistas fizeram alguns desses animais microscópicos voltarem à vida, mesmo após uma década sem água.

A capacidade de sobrevivência desses bichinhos se tornou ainda mais evidente em 2019, quando centenas deles foram parar na Lua após um acidente em uma nave israelense — e, aparentemente, sobreviveram.


Mas, se nem a falta de água, as diferenças na atmosfera e o frio extremo podem matar esses animais, o que mais poderia ameaçá-los? Para a equipe responsável pelo novo estudo, a resposta é simples: o calor prolongado.


“As amostras utilizadas nesse estudo foram obtidas em calhas de telhado de uma casa localizada em Nivå, na Dinamarca. Avaliamos o efeito das exposições à alta temperatura em tardígrados ativos [acordados] e [que estavam] hibernando, e também investigamos o efeito de um breve período de aclimatação em animais ativos”, explica Ricardo Neves, pesquisador de pós-doutorado da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, em comunicado.


Os pesquisadores concluíram que, para tardígrados ativos não adaptados ao clima local, a temperatura letal média é de 37,1 ºC. Quando ocorre o processo de aclimatação e os animais conseguem de adaptar, a temperatura letal aumenta para 37,6 °C.


Entre aqueles que estavam hibernando, metade dos animais morreu após ficarem expostos à temperatura de 82,7 °C por uma hora. Já quando o período de exposição foi de 24 horas, apenas 63,1 ºC já eram suficientes para causar a morte dos organismos.


“A partir desse estudo, podemos concluir que tardígrados ativos são vulneráveis ​​a altas temperaturas, embora pareça que esses bichos sejam capazes de se acostumar com o aumento das temperaturas em seu habitat natural", afirmou Neves. "Os tardígrados que estão 'dormentes' são muito mais resistentes e podem suportar temperaturas muito mais altas do que os ativos. No entanto, o tempo de exposição é claramente um fator limitante que restringe sua tolerância a altas temperaturas."


Vale lembrar que os tardígrados que vivem em ambientes extremos são mais resistentes a temperaturas altas, suportando até 151 °C durante 30 minutos. Ainda assim, essa habilidade é limitada a poucos espécimes e, após um breve período, eles também morrem.




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