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Brasil quer ser líder ambiental enquanto investe em petróleo

Fonte: DW


Foto: Pexels


Apesar de querer se destacar na luta contra as mudanças climáticas, o Brasil ainda investe fortemente no petróleo. Com planos ambiciosos para aumentar a produção de petróleo, a Petrobras tenta há anos explorar a bacia marítima da Foz do Amazonas.


Esse projeto, que requer investimentos de até US$ 3 bilhões, pode ser aprovado pelo Ibama e só deve avançar na próxima década, quando o consumo global de combustíveis fósseis provavelmente estará em declínio, conforme previsto pela Agência Internacional de Energia. Especialistas questionam a aposta em petróleo em plena crise climática, sugerindo que o Brasil deveria focar em energias renováveis.


O país também está incentivando o desenvolvimento de biocombustíveis. O presidente Lula sancionou uma lei para fomentar o uso de combustíveis mais limpos, como o biodiesel e o biometano, além de aumentar o etanol na gasolina. O biodiesel emite menos CO₂ que o diesel convencional e é visto como essencial para o setor de transportes. Além disso, o etanol, uma invenção brasileira, continua sendo promovido para o transporte individual, dado que sua produção é mais sustentável do que os combustíveis fósseis. Outro potencial no futuro energético do Brasil é o hidrogênio verde, mas ainda existem desafios em relação à sua produção em larga escala e o destino de sua utilização.


O setor elétrico brasileiro é um dos mais limpos do mundo, com 89% de sua matriz composta por fontes renováveis em 2023, incluindo um crescimento substancial da energia solar e eólica. Entretanto, os subsídios para fontes renováveis ainda são baixos em comparação com os subsídios aos combustíveis fósseis. O Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) aponta que, para cada real subsidiado para fontes limpas, R$ 4,52 vão para fósseis, o que indica a necessidade de uma política de transição energética mais equilibrada e justa. Especialistas sugerem que os recursos gerados pelo setor de petróleo poderiam ser direcionados para subsidiar essa transição, aliviando os consumidores e promovendo uma mudança mais sustentável.


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