Especialistas dizem que estudo da Nasa não diz isso e que dado foi distorcido
Recentemente, circulou uma alegação falsa nas redes sociais de que um estudo da NASA previu que o Brasil se tornaria inabitável em 50 anos devido às altas temperaturas. O estudo de 2020, publicado na revista "Science Advances", não faz tal afirmação. Ele analisa dados históricos de 1979 a 2017, alertando sobre o aumento de eventos com temperaturas e umidade além do suportável, mas sem mencionar o Brasil ou a América Latina.
O estudo, liderado por Colin Raymond, analisa temperaturas do bulbo úmido, que combinam calor e umidade para avaliar o estresse térmico. Os dados mostram que eventos extremos com temperaturas de 30°C a 31°C estão aumentando, mas ocorrem principalmente no sul da Ásia, Oriente Médio e sudoeste da América do Norte. Especialistas, como Pedro Camarinha, destacam que o estudo não projeta a inabitabilidade do Brasil em 50 anos, e essa interpretação distorce os esforços de adaptação climática.
A confusão surgiu de um artigo de 2022 da NASA que discute possíveis futuras temperaturas extremas. O artigo menciona que o Brasil poderia enfrentar eventos de calor intenso, mas não que se tornaria inabitável. Karina Lima, climatologista, enfatiza a importância de interpretar corretamente as informações científicas. O estudo alerta sobre a necessidade de limitar o aquecimento global a menos de 2°C e se adaptar às mudanças climáticas, com o objetivo de mitigar os riscos associados a um mundo em aquecimento.
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