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No inverno de 2024, 96,4% da população brasileira experimentou ao menos um dia de temperaturas elevadas atribuídas à mudança climática, afetando diretamente cerca de 205 milhões de pessoas. O estudo do Climate Central mostra que 57,1 milhões de brasileiros enfrentaram um dia de calor extremo, enquanto 7,4 milhões estiveram expostos a 30 dias de calor intenso. As temperaturas de risco, que ultrapassam 90% dos registros históricos, podem trazer sérias consequências para a saúde, especialmente em regiões mais vulneráveis.
O fenômeno climático também impactou profundamente estados como Amazonas, Espírito Santo e Pará, que registraram o inverno mais quente desde 1970. O Amapá, por exemplo, teve 80 dias consecutivos de calor extremo, expondo 1 milhão de pessoas a essas condições. No Pará, 8,2 milhões de habitantes enfrentaram 60 dias de calor exacerbado. No geral, o país teve 42 dias com temperaturas consideradas duas vezes mais prováveis devido às mudanças climáticas, e em média 19 dias com o índice quintuplicado.
Além das temperaturas recordes, o estudo ressalta a vulnerabilidade do Brasil frente às alterações climáticas, afetando não apenas grandes metrópoles costeiras, mas também áreas dependentes da agricultura. A especialista Suzana Kahn alerta que essas tendências climáticas representam um desafio crescente para as políticas públicas, à medida que as cidades precisam proteger a população dos efeitos adversos do calor intenso, especialmente em regiões mais carentes.
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