Coleta de neblina: água do ar no combate à seca
- Tempo de Aprender em Clima de Ensinar
- 11 de abr.
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Fonte: G1 Meio Ambiente

Na região montanhosa de Aït Baamrane, no Marrocos, uma solução engenhosa transforma neblina em fonte de água potável. Utilizando redes verticais que condensam o vapor de água transportado pelo vento do Atlântico, a maior instalação de coleta de neblina do mundo, com 1.700 metros quadrados, consegue captar até 35 mil litros de água por dia. Isso é suficiente para abastecer mais de mil pessoas e ainda irrigar plantações. A prática, além do Marrocos, já é aplicada em diversos países com climas áridos, como Chile, Etiópia, África do Sul e Califórnia, demonstrando seu grande potencial global.
A tecnologia, até agora mais comum em regiões rurais, começa a ser considerada também em contextos urbanos. Um estudo recente revelou que cidades secas, como Alto Hospicio, no Deserto do Atacama (Chile), também podem se beneficiar da coleta de neblina. Nessa cidade, onde muitos moradores vivem sem acesso à rede pública de água, pesquisadores instalaram coletores que chegaram a captar até 10 litros de água por metro quadrado em poucos dias. Esse volume seria suficiente para suprir o consumo doméstico e atividades agrícolas básicas.
Com base nesses resultados, os cientistas estimam que uma rede de 17 mil metros quadrados poderia atender toda a demanda hídrica das favelas de Alto Hospicio. Já uma rede muito menor, com 110 metros quadrados, bastaria para irrigar as áreas verdes da cidade durante o ano inteiro. Apesar do potencial, a limitação da disponibilidade sazonal da neblina indica que essa técnica deve ser combinada com outras fontes de água, especialmente durante os meses mais secos.
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