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Como o enfraquecimento do La Niña pode impactar o Brasil?



Foto: Reprodução Climatempo
Foto: Reprodução Climatempo

Em dezembro, a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA) confirmou a configuração do fenômeno La Niña, onde águas mais frias que o normal estavam sendo observadas no Oceano Pacífico desde meados de 2024.


Com a atuação de um fenômeno de fraca intensidade, chuvas mais regulares e abrangentes foram observadas em novembro e dezembro no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, influenciadas pela Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que contribuiu para a recuperação dos principais reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN). No entanto, apesar da presença do La Niña, 2025 começou com uma maior frequência de bloqueios atmosféricos, dificultando a entrada de frentes frias no País e inibindo a formação de nuvens de chuva. Com esse padrão estabelecido, ondas de calor tornaram-se mais frequentes, impulsionando o aumento no consumo de energia e resultando em alguns recordes de demanda, especialmente em fevereiro.


Como o fim do La Niña pode afetar o Brasil?


Após um breve período de resfriamento, em meados de fevereiro águas mais quentes que o normal começaram a ser observadas no leste do Oceano Pacífico e o mês de março iniciou com o enfraquecimento do La Niña. A expectativa é de que nas próximas semanas, a NOAA oficialize o fim do fenômeno e o retorno à neutralidade climática, ou seja, sem atuação do La Niña e sem El Niño. As projeções indicam a continuidade da neutralidade climática até pelo menos meados deste ano.


Mesmo com o enfraquecimento da La Niña, para os próximos meses são esperadas chuvas irregulares na Região Sul, além da gradual redução das instabilidades sobre o Brasil Central à medida que o período úmido vai chegando ao fim. Com isso, espera-se estabilidade nos níveis dos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste no decorrer do outono, com possível tendência de redução para o fim da estação.


Em relação às temperaturas, massas de ar frio já devem adentrar pela Região Sul a partir da segunda quinzena de março e a expectativa é de que o outono e inverno tenhamos mais massas de ar polar avançando pelo centro-sul do País em relação ao que foi observado em 2024.


O fim do La Niña marca um período de transição climática para o Brasil. Apesar da neutralidade, o setor elétrico deve permanecer atento às oscilações de temperatura e precipitação que influenciam a geração e o consumo de energia. Acompanhe as informações atualizadas no site da Climatempo e fique por dentro do que pode impactar o país nos próximos meses!

 
 
 

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O projeto Tempo de Aprender em Clima de Ensinar foi criado pela equipe do Laboratório de Meteorologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (LAMET/UENF), com o intuito de discutir com alunos e professores de escolas públicas as diferenças entre os conceitos de “tempo” e “clima” através de avaliações e estudos das características da atmosfera.

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