A chamada "chuva preta" que surpreendeu moradores de diversas cidades no sul do Brasil é resultado da combinação de fumaça acumulada na atmosfera, devido a queimadas e poluição, com a umidade do ar.
Imagem gerada por IA
Esse fenômeno ocorre quando partículas de fuligem e poluentes se misturam com a chuva, dando à água uma coloração escura, como ocorreu em municípios do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Daniela Moreira Jardim, moradora de São José do Norte, relatou o susto ao notar que a água da chuva estava preta, algo inédito para ela e sua família, que frequentemente utiliza a água da chuva para afazeres domésticos. O fenômeno foi causado principalmente pelas queimadas que têm ocorrido em várias regiões do Brasil e países vizinhos, como Bolívia e Paraguai.
Especialistas explicam que, apesar de a chuva ajudar a limpar a atmosfera, melhorando a qualidade do ar, essa água não é adequada para consumo humano ou animal devido à presença de partículas poluentes e fuligem. Além disso, pode contaminar o meio ambiente, afetando o crescimento das plantas e a fauna aquática.
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estão realizando análises preliminares para identificar a presença de metais tóxicos e organismos patogênicos na água da chuva coletada em Porto Alegre. A concentração de partículas sólidas observada foi significativamente maior do que em chuvas comuns, o que levanta preocupações sobre possíveis impactos ambientais e de saúde.
A Defesa Civil de Santa Catarina e o governo do Rio Grande do Sul emitiram orientações à população para evitar o contato com a "chuva preta", recomendando que as pessoas fiquem em locais fechados, não utilizem a água para consumo ou higiene e protejam as vias respiratórias, especialmente aqueles com problemas respiratórios.
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