Pesquisador brasileiro relata instabilidade das geleiras da Antártica
- Tempo de Aprender em Clima de Ensinar
- 27 de mar.
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Por ONU News

As geleiras armazenam 70% da água potável do planeta, mas seu derretimento acelerado ameaça sua existência até o fim do século. No primeiro Dia Mundial das Geleiras, especialistas da ONU alertaram para essa perda irreversível, destacando os impactos do aquecimento global. O pesquisador brasileiro Jefferson Simões, que liderou uma expedição na Antártica, confirmou que a retração das geleiras na Península Antártica está mais rápida do que nunca, com áreas antes cobertas de gelo já apresentando vegetação.
A perda do gelo da Antártica pode elevar o nível do mar em até 1,20 metro até 2100, mas cenários mais extremos indicam um aumento de até 7 metros até 2300, caso algumas geleiras colapsem completamente. Essa mudança afetaria globalmente o clima e o equilíbrio dos oceanos, impactando diretamente países como o Brasil. O enfraquecimento das massas de ar frio vindas da Antártica já tem causado mudanças no regime de chuvas e temperaturas no país, intensificando eventos climáticos extremos, como as enchentes no Rio Grande do Sul em 2024.
Além dos impactos ambientais, as geleiras são essenciais para o abastecimento de água potável, e muitas já não acumulam neve suficiente para se regenerar. Regiões como os Andes, os Alpes e o Himalaia enfrentam estresse hídrico crescente, forçando cidades na Bolívia, Peru e Argentina a racionar água. A disputa por recursos naturais nas regiões polares também se intensifica, com o Ártico enfrentando uma crescente militarização. Segundo a OMM, cinco dos últimos seis anos registraram o recuo mais rápido das geleiras na história.
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