Fonte: DW
Foto: Pexels
Além do CO2 gerado pela queima de combustível, os rastros de condensação – aquelas linhas finas deixadas pelos aviões no céu – também contribuem significativamente para o impacto climático da aviação, comparável ao efeito do CO2. Esses rastros se formam quando aviões passam por áreas de ar frio e úmido, e o vapor d’água emitido pelos motores congela, formando nuvens que retêm calor na atmosfera, especialmente à noite. Isso tem preocupado pesquisadores, como Jayant Mukhopadhaya, que destacam a falta de ação da indústria em relação a essa fonte de aquecimento, que pode até triplicar a contribuição da aviação para o aquecimento global.
Para mitigar esses efeitos, uma opção seria utilizar combustíveis mais limpos, como o hidrogênio, que diminuiriam a quantidade de partículas liberadas, reduzindo a formação de rastros. Outra estratégia seria ajustar as rotas para evitar áreas de alta umidade na atmosfera, como sugerem estudos que mostram que redirecionar poucos voos pode ter um grande impacto na redução do aquecimento. No entanto, prever as condições atmosféricas ideais é complexo e caro, exigindo melhorias em satélites e armazenamento de dados. Voar em altitudes mais baixas também ajudaria, mas aumentaria o consumo de combustível e as emissões de CO2, criando um desafio de equilíbrio.
A União Europeia tomou medidas para incentivar o uso de combustíveis sustentáveis, exigindo que até 2050 o combustível para aviação contenha 70% de combustíveis limpos, enquanto empresas como Lufthansa e Air France estão realizando testes para minimizar a formação de rastros de condensação. Um relatório da Universidade de Cambridge indica que um sistema global de prevenção pode reduzir o impacto climático da aviação em até 40%, o que mostra que a pesquisa prática e as ferramentas de IA para monitoramento e previsões são passos promissores para combater os efeitos climáticos ocultos da aviação.
Comentarios