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Rios do mundo registram ano mais seco em três décadas em 2023

Metade das áreas globais de captação de águas subterrâneas verificaram irregularidades; oito estados do Brasil tiveram níveis históricos de baixa precipitação; Moçambique registrou um dos eventos hidrológicos de alto impacto após desastres; níveis de água subterrânea abaixo do normal afetaram Portugal.




O relatório "Estado dos Recursos Hídricos Globais 2023" da Organização Meteorológica Mundial (OMM) revela que os rios do mundo tiveram o ano mais seco em três décadas, refletindo os efeitos das mudanças climáticas. Os ciclos da água tornaram-se mais erráticos, com metade das áreas globais de captação de água subterrânea apresentando condições anormais, especialmente na América do Norte, Central e do Sul, onde grandes rios como o Amazonas e o Mississippi registraram níveis recordes abaixo da média. No Brasil, a Amazônia enfrentou sua maior seca em mais de 40 anos, com o Rio Negro atingindo o menor nível desde 1902.


O estudo também menciona eventos hidrológicos extremos em outras regiões. Em Moçambique, o ciclone Freddy causou graves inundações e perdas econômicas, enquanto grandes bacias na Ásia, como Ganges e Mekong, sofreram com secas severas. A OMM destacou que o ano de 2023, o mais quente já registrado, viu um aumento das secas e inundações, exacerbado pela transição dos fenômenos La Niña para El Niño. A agência alerta que cinco anos consecutivos de fluxos de rios e influxos de reservatórios abaixo do normal demonstram um estresse hídrico crescente em todo o mundo.


A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, e o diretor de hidrologia, Stefan Uhlenbrook, apontam que as mudanças climáticas são o principal motor dessas alterações nos ciclos da água e pedem maior monitoramento hidrológico. Além disso, 3,6 bilhões de pessoas já enfrentam escassez de água por pelo menos um mês ao ano, e esse número pode chegar a 5 bilhões até 2050. A perda de massa das geleiras, que alcançou 600 gigatoneladas em 2023, intensifica ainda mais a crise hídrica global, com o futuro derretimento das geleiras europeias prevendo um cenário ainda mais grave.


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O projeto Tempo de Aprender em Clima de Ensinar foi criado pela equipe do Laboratório de Meteorologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (LAMET/UENF), com o intuito de discutir com alunos e professores de escolas públicas as diferenças entre os conceitos de “tempo” e “clima” através de avaliações e estudos das características da atmosfera.

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