Secas e geadas no Brasil contribuíram para alta global de preços do café
- Tempo de Aprender em Clima de Ensinar
- 27 de mar.
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Por ONU News

Os preços mundiais do café subiram significativamente em 2024, refletindo uma alta de 38,8% em relação ao ano anterior, impulsionada principalmente pelos efeitos das mudanças climáticas sobre os maiores países produtores, como Brasil e Vietnã. O Brasil, maior produtor global de café arábica, sofreu com secas e geadas em Minas Gerais, resultando em uma queda de 1,6% na safra de 2023-2024, ao contrário da previsão inicial de crescimento. A preocupação com a safra de 2024-2025 e o aumento nos custos de transporte também contribuíram para a escalada dos preços.
A variedade arábica, de maior qualidade e mais consumida no mercado de grãos torrados e moídos, ficou 58% mais cara em dezembro de 2024, enquanto o café robusta, usado para café instantâneo, subiu 70%. Os consumidores já sentiram o impacto, com preços 6,6% mais altos nos Estados Unidos e 3,75% mais altos na União Europeia em comparação com o ano anterior. A FAO alerta que, caso as condições climáticas adversas persistam, os preços do café podem continuar subindo em 2025 devido à redução da oferta global.
Além do Brasil, o Vietnã e a Indonésia também sofreram impactos severos na produção, com quedas de 20% e 16,5%, respectivamente, devido a secas prolongadas e chuvas excessivas. Diante desse cenário, a FAO defende a necessidade de investir em tecnologia e pesquisa para aumentar a resiliência climática dos pequenos agricultores, responsáveis por 80% da produção mundial de café. A organização apoia iniciativas que ajudam produtores a adotar práticas sustentáveis, contribuindo também para a recuperação da biodiversidade.
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