Fonte: DW
Em janeiro de 2000, o rompimento de um duto da Petrobras derramou 1,3 milhão de litros de óleo na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, causando um dos maiores desastres ambientais do Brasil. O acidente devastou manguezais, paralisou a pesca em 90% da região e forçou muitos pescadores a mudar de profissão. Mantus, descendente de pescadores, escolheu replantar o mangue afetado, unindo-se ao Projeto Mangue Vivo para restaurar o ecossistema. Apesar das dificuldades, o trabalho persistente transformou 116 hectares degradados em floresta, culminando na criação do Parque Natural Municipal Barão de Mauá, que deve se tornar atração turística em 2025.
Os manguezais, essenciais para o equilíbrio climático, armazenam até quatro vezes mais carbono por hectare do que a Floresta Amazônica. A recuperação dos manguezais da Baía de Guanabara enfrentou inúmeros desafios, incluindo a proteção das mudas contra caranguejos famintos, usando garrafas PET. Esse trabalho destaca a importância dos mangues na mitigação das mudanças climáticas e na captura de carbono, enquanto o desmatamento dessas áreas pode liberar grandes quantidades de carbono na atmosfera. Ainda assim, o impacto do desastre persiste, com marcas de óleo presentes no solo e prejuízos econômicos aos pescadores.
Mesmo após 25 anos, os pescadores atingidos ainda enfrentam dificuldades para receber compensações adequadas, enquanto a Baía de Guanabara continua recebendo lixo diário. Hoje gestor do parque, Mantus espera que a área recuperada sirva de modelo para iniciativas ambientais, inspirando ações em outros locais afetados por desastres. Sua conexão emocional com o mangue reflete a resiliência necessária para proteger ecossistemas frágeis e contribuir para a sustentabilidade do planeta.
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