"Hoje sentimos na pele a mudança do clima"

Fonte: DW

Ana Toni, economista com vasta experiência no terceiro setor e atualmente diretora-executiva da COP30, tem atuado ativamente para mobilizar lideranças em torno do enfrentamento da crise climática. À frente da presidência brasileira da próxima conferência da ONU sobre o clima, ela reconhece os desafios logísticos de sediar o evento em Belém, mas defende a importância simbólica da cidade amazônica. Em sua visão, a mudança climática precisa ser tratada de forma mais próxima da vida cotidiana das pessoas, conectando decisões técnicas às ações individuais e coletivas.

Imagem: Freepik

Ela enfatiza que, embora a expectativa seja sempre por grandes anúncios nas COPs, a transformação climática real ocorre no dia a dia e exige o engajamento de governos, empresas e cidadãos. Toni destaca a necessidade de mudar a comunicação sobre o tema, tornando-a mais acessível e conectada às realidades das pessoas. Também comenta sobre a contradição entre o protagonismo climático do Brasil e a possibilidade de exploração de novos poços de petróleo, lembrando que essa é uma tensão global: todos os países enfrentam dilemas parecidos na transição energética.

Com menos de quatro meses até a COP30, Ana Toni aponta como prioridades a finalização dos textos de negociação, o avanço no relatório sobre financiamento climático e o estímulo a metas nacionais mais ambiciosas (as NDCs). Ela relembra sua trajetória desde a Eco 92 até hoje, reconhecendo que, apesar dos avanços, a transição para uma economia de baixo carbono ainda enfrenta obstáculos estruturais. Mesmo assim, Toni acredita na força do otimismo – ou, ao menos, na energia de quem está disposto a agir, seja com esperança ou indignação.

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